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O Colégio de Presidentes Seccionais definiu nesta sexta-feira (18) que 2016 será o “Ano da Mulher Advogada”. Na ocasião, foi aprovado o texto final do Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada.
Homero Mafra, presidente da OAB-ES, foi o expositor do tema. “A discussão não deve ser dos tópicos, mas geral, política. Queremos fazer mea-culpa da postura excludente histórica da Ordem ou criar, de fato, uma política que traga mulheres para decidir, participar, dirigir? Já sei qual é o caminho a escolhermos. Hoje temos que olhar o viés da inclusão, o que pressupõe políticas alternativas. Temos que assumir este plano como política macro que ele realmente é”, apontou.
Por sugestão de Mafra, o Colégio aprovou também, à unanimidade, a criação de uma semana específica para instituição efetiva do Plano, a exemplo do que foi realizado em relação ao Jovem Advogado, bem como a definição de 2016 como “O Ano da Mulher Advogada”.
Ilana Kátia Vieira Campos, secretária-geral da OAB-BA, conclamou que sejam obedecidos os ideais de igualdade de gênero e participação das mulheres nos espaços de poder. “Não tenho um histórico familiar de estabelecimento financeiro pela advocacia. Cresci sozinha no Direito, em meio aos atrasos do Nordeste em relação à educação. Entretanto, nunca fui discriminada em razão de ser mulher porque nunca permiti. Jamais tomei assento em qualquer cadeira sob preconceito”, recordou.
Roseline Rabelo de Jesus Morais, secretária-geral adjunta da OAB-SE, homenageou Fernanda Marinela, presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada. “Ela deixa na história da Ordem uma marca que muito nos orgulha. Nós mulheres por vezes não sentimos a discriminação por sermos dirigentes de OAB, mas se alguma mulher assim se sentir é dever basilar da OAB estar ao lado dela, sem movimentos passageiros, mas com uma filosofia permanente. Que essa maré não sirva de palco e cenário para questionamentos hostis sobre a real capacidade da mulher”, alertou.
Geórgia Nunes, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB-PI, fechou as considerações. “Vejo esse Plano como resultado de um trabalho longo, árduo, cheio de debates em várias comissões. Mas em um Plenário formado por 81 conselheiros federais como o da Ordem, é fato que termos apenas 5 mulheres é lamentável. A mudança precisa começar em nosso ambiente. A Conferência Nacional da OAB, no Rio de Janeiro, foi um marco, onde tivemos um painel exclusivo para abordagem das questões da mulher na advocacia. Saibam que não há felicidade maior do que ouvir um discurso feminista da boca de um homem. É a certeza de que toda a luta histórica é hoje uma realidade consolidada. O Plano vai além da advocacia: entra na vida de todas as mulheres brasileiras”, concluiu.
Na noite desta quinta-feira (17), durante a abertura solene do Colégio, Fernanda Marinela, afirmou durante a abertura do Colégio de Presidentes que a batalha das mulheres precisa ganhar cada vez mais força, pois este é um caminho sem volta.
Segundo Marinela, o plano de valorização é uma resposta nova da entidade a um problema antigo, que irá garantir a inclusão de modo efetivo das mulheres na advocacia e na política, garantindo o futuro das próximas gerações. “Quebramos mais um paradigma, mostrar que a OAB é o bastião das transformações. Não queremos o mundo para nós, queremos caminhar juntos, pois assim podemos mais”, disse.
Vice-governadora do Piauí, a ex-conselheira federal Margarete Coelho explicou que o plano promove a equidade dentro da advocacia, na luta por empreender verdadeiras transformações para que a sociedade brasileira seja chamada de justa e representativa.
Para a advogada, cada avanço é produto de muitas batalhas. Após a conquista do direito de votar e ser votada, a mulher agora quer ser eleita. “A invisibilidade da mulher na política é forte, não alcançando 10% de representação no Congresso Nacional e apenas uma governadora”, disse. “Temos a oportunidade agora de decepcionar os arautos do insucesso”.